Suicídio: sinais de alerta
O suicídio grita
Nós não somos orientados para identificar os sinais, mas eles existem na maioria dos casos de morte voluntária. Às vezes, eles vêm nas palavras, são os sinais verbais de quem diz, por exemplo, que não vê mais graça na vida, que quer "terminar com tudo".
Há também alertas que se confundem com sintomas de depressão: mudanças bruscas de humor, recolhimento, tristeza, ansiedade, uso de substâncias tóxicas, agitação (insônia) e desesperança.
Um terceiro grupo merece cuidado ainda maior porque demonstra que a pessoa pode ter avançado na ideação do suicídio, ou seja, cruzou a fronteira da contemplação. Fez planos, ou já decidiu sobre a própria morte:
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Despedidas: a pessoa procura aqueles que são importantes para se despedir. É comum buscar amigos de infância e que foram relevantes em algum momento de suas vidas.
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Organização financeira: colocam sua contabilidade em dia, pagam dívidas e contas, normalmente para evitar que a família tenha problemas.
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Desapego: se desfazem de suas posses, inclusive objetos de valor afetivo. É uma forma de fazer um testamento em vida.
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Nostalgia e falta de planos: só falam do passado, relembram momentos felizes.
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Melhora aparente: é comum ouvir depoimentos do tipo "mas ela estava bem melhor", em particular, nos casos ligados à depressão. O que ocorre é que de fato, quando a decisão já está tomada, o conflito se dilui e a pessoa parece estar bem.
O que fazer?
Se você achar que alguém esteja pensando em se matar, a orientação é simples: converse de forma direta e sem julgamentos. Existe um mito que ao falar nós podemos "colocar a ideia na cabeça da pessoa". Isso não é verdade. Pesquisas mostram o oposto. A dor isola, afasta e cala. Muitas vidas podem ser salvas com acolhimento e uma escuta cuidadosa. Tente identificar em que estágio essa pessoa se encontra. A ideia passa pela cabeça ou já avançou para o planejamento?
Com delicadeza, ofereça ajuda e sugira procurar um profissional psi, como psicólogo, psiquiatra ou psicanalista porque ele pode estar com algum transtorno mental. Só um especialista poderá fazer esse diagnóstico e indicar o melhor tratamento. Dependendo da situação, marque você uma consulta e se coloque à disposição para levá-lo.
Quando possível, aumente a rede de proteção do indivíduo, envolvendo amigos e familiares (com consentimento). É muito importante ele saber que não está sozinho.
Remova qualquer objeto que possa se transformar em método: remédios, facas, armas de fogo etc.
Seja proativo. Ao invés de dizer "me ligue se precisar de alguma coisa", tome a iniciativa.
Por fim, e mais importante, ouça, ouça e ouça. Muitas vezes, ter com quem conversar é o que eles mais precisam. Seja generoso e evite dar opiniões. A dor do outro nós nunca conseguimos alcançar.
Evite:
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Interromper a conversa
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Mostrar-se chocado
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Colocá-lo numa posição de inferioridade
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Fazer comentários invasivos
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Encarar o problema como trivial
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Discutir
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Encarar como a pessoa querendo chamar atenção